Matrix: Matou o trabalho e foi ao cinema |
Por David de Oliveira Lemes 27/5/2003 |
Todo o enredo de Matrix baseia-se numa única premissa dramática: as máquinas dominaram os homens e desenvolveram um meio para impedir que eles se rebelem.
Mas não foi bem isso que se viu na adiantada estréia do filme, dia 22 de maio, no Brasil. Além dos habitantes de Zion, humanos que lutam contra a Matrix, outros rebeldes também estavam presentes na sessão das 13 horas do tão aclamando filme: engravatados que claramente mataram algumas horas de trabalho e todo o almoço para assistir o novo episódio da saga.
Assim como eu, que matei parte do período de labuta para ir ao cinema (que meu chefe não leia isso), outras pessoas fizeram o mesmo. Liberaram-se das máquinas, do teclado, do mouse, do monitor e do ambiente cinza de um escritório, para entrar num mundo criado por... computadores!
É um tanto quanto paradoxal, mas é isso mesmo! Eles se liberaram de um mundo dominado por computadores, para mergulhar num outro, também criado e domindado por, como sempre, computadores. Tudo bem, um é o mundo real, outro, pura ficção.
Enquanto Neo, Trinity, Link e Morpheus lutam para destruir a máquina, nós, simples humanos, continuamos com os nossas caixas cinzas microprocessadas, produzindo, teclando, programando e dependendo cada vez mais de nossos... computadores. Só nos resta, entretanto, enganar o chefe, matar o trabalho e ir ao cinema. |
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